Um grupo de Minas Gerais percorreu mil quilômetros para participar.
Ainda na metade do percurso, mineiro revela que voltará em outras edições.
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Mônica, de 10 anos, participa pela terceira vez
da cavalgada ao lado do avô.(Foto: Giliardy Freitas / TV TEM)
Mas para um grupo em especial, muitos outros quilômetros foram percorridos para chegar até o ponto de partida. Cavaleiros e muladeiros de várias regiões de São Paulo participam da cavalgada, além de representantes de outros estados.
Esse é o caso de Reinaldo Vieira Batista. O domador e adestrador de cavalos percorreu quase mil quilômetros de Belo Horizonte (MG), cidade onde mora, junto com sua esposa, dois amigos, um motorista e um tratador de animais. O grupo mineiro saiu junto com a tropa, em Itararé, e faz parte dos atuais 200 participantes, e dizem estar adorando a experiência.
Batista, que é nascido em BH, revela que é filho de boiadeiro e neto de tropeiro paulista. "Meu pai levava muares de várias partes do estado paulista até um frigorífico em Osasco (SP). Meu avô era um típico tropeiro e chegou a ir até o sul para buscar animais". Com a família criada na cultura tropeira, o domador relata que é difícil ter alguém, principalmente na região sudeste, que não tenha raiz tropeira. Ele argumenta sobre a importância de manter a cultura. "Foram eles que desbravaram o Brasil. Esta é uma tradição que não pode acabar", diz.
Batista comenta que já tinha ouvido falar da Tropeada Paulista, que está na sétima edição, mas foi há algumas semanas, quando viu no G1 sobre o evento e decidiu participar. "Comentei com o pessoal que não poderíamos perder essa. Com poucos dias, tivemos que correr para chegar a tempo".
Sua esposa, Débora Malta, que acompanhava a tropeada, precisou voltar para BH por causa do trabalho. "Ela chegou a sair com a gente na sexta-feira (18), mas precisou voltar para casa no domingo (20). Mas já deve estar retornando. Ela quer terminar o trajeto". Ele comenta que a esposa é veterinária, especialista em equinos, e que precisou voltar justamente para atender um cavalo de um cliente que teve problemas em uma cirurgia.
Batista e os cinco parceiros trouxeram seus próprios animais e explica que quatro estão montados e dois seguem com o caminhão, no apoio. "Eu aproveito para trabalhar. Trouxemos cavalos chucros e estamos domando eles durante o percurso, como os tropeiros faziam", relata com orgulho.
O adestrador de animais revela que já atuou como peão de rodeio, mas que hoje está aposentado, e que também atua como locutor nas festas de peão. "Eu adoro essa cultura. Para mim, viver isso aqui é um orgulho em manter a tradição. Essa é uma história muito bonita. É quando o Brasil começou de verdade", relata.
A tropa deixa Itapetininga na manhã de quarta-feira (23), com destino a Alambari (SP), faltando 160 km até o final da Tropeada. Em relação a estar longe de casa, Batista diz que está se sentindo em casa. "Não conhecia ninguém, mas estou muito confortável com as pessoas que conheci. Gostaria que todo mundo vivesse isso que estou vivendo. Passamos por muitas paisagens maravilhosas, entre trilhas e fazendas. Ainda mais, tem uma costela de fogo de chão que nunca vi na vida", brinca.
Quando perguntado se voltaria para a Tropeada Paulista, no próximo ano, o descendente de tropeiro é bem taxativo: "Não precisa nem me perguntar. Já estou me programando para voltar no ano que vem", finaliza.
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