O tropeirismo e os meios contemporâneos de captação de fontes

O tropeirismo é um tema que se afirma na História do Brasil e cada vez desperta mais o interesse de historiadores, produtores culturais e estudiosos das histórias de sua região.
O trabalho que a Catrop realiza, visa trazer à tona as dimensões da influência tropeira em nossa cidade. Os meios contemporâneos de captação de fontes, viabilizam uma gama de informações que possibilitam a compreensão de interfaces em narrativas que ora diferenciam em relação a história local, ora aproximam semelhanças. Nesta descrição do tropeirismo na cidade de Cotia, São Paulo, encontramos alguns elementos que muito se assemelham ao tropeirismo realizado em Vitória da Conquista.
Após a epopéia dos bandeirantes, já no final do séc. XVII e início do séc. XVIII, com a descoberta das minas, é a vez dos Tropeiros.
Os tropeiros garantiam o abastecimento das povoações das minas e do interior e transportavam a produção das fazendas do interior e os minerais para o porto de Santos ou para as cidades de São Paulo e da Baixada Santista.
O grande meio de transporte eram as tropas de muares. O meio alternativo era o carro de boi, muito difícil devido à precariedade dos caminhos.
Não existiam estradas boas. O transporte a motor, por caminhão, só chega ao longo do séc. XX.
Os Tropeiros transportavam também o açúcar e depois o café, para o Porto de Santos. Além de transporte de mercadorias, os tropeiros levavam notícias de ponto a ponto, por onde passavam. Além de serem grandes contadores de “causos”.
A estrada de Ferro São Paulo – Sorocaba é inaugurada em 1875, dando início à decadência da ação dos tropeiros.
O tropeiro foi uma instituição que merece todo o nosso respeito. Foram os transportadores do progresso. Ajudaram aalavancar o progresso do país e de Cotia. Do Sul e do Oeste, passavam por nossa região, por diversos caminhos e não só por Cotia.
Cotia é também terra de tropas e de tropeiros.
Os tropeiros, como instituição, também tiveram atuação pioneira no desenvolvimento de Cotia e região. Têm um espaço especial nas páginas de nossa história.
Na altura do bairro do Portão havia um rancho para descanso das pessoas e dos animais. Havia aí também um ferrador de animais para proteger seus cascos antes de prosseguir viagem.


BOIADAS E BOADEIROS
Outro fator de progresso de Cotia foi a passagem das boiadas.
Provenientes da Feira do Gado de Sorocaba, as boiadas e muares passavam por nossa região, dirigindo-se para São Paulo e depois para o interior, inclusive Minas Gerais, Piauí e para o Nordeste, etc.
A Feira de Sorocaba teve início por volta de 1750.
As boiadas passavam também por Cotia. No seu tempo foram agentes decisivos para o progresso da vila e de toda a região.
Para as boiadas como para os tropeiros, havia rancho de descanso no km 32, região do bairro do Portão e no km 39 da Raposo Tavares. No Caiapiá (Sítio do Mandu), também foi pouso de tropas.
Os tropeiros e as boiadas deram novo alento ao desenvolvimento de Cotia e Região, atraindo comércio e serviços. Cotia viveu mais um tempo de prosperidade.
A Feira de Gado de Sorocaba inicia sua decadência após a inauguração da Estrada de Ferro em 1875. A passagem do gado e tropas prossegue ainda por mais trinta anos, embora em dimensões reduzidas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário